Dentre as diversas abordagens da psicologia clínica, a Terapia Cognitiva Comportamental se dedica muito a identificar e modificar os pensamentos, mas o que de fato eles são?
Chamamos de pensamentos os fluxos de ideias que am por nossa cabeça ao longo do dia, sem que estejamos em seu controle total e conscientes a todo momento, embora com um pouco de treino eles são facilmente percebidos. Eles são suposições e interpretações que temos a todo momento sobre o mundo, as pessoas e as situações.
A premissa básica do modelo cognitivo sugere que a forma como nós pensamos é que interfere em como nos sentimos e como nos comportamos, muito mais do que a situação em si. Por isso a tríade pensamento> emoção >comportamento andam juntos e são tão importantes.
E se parar agora para perceber, a maior parte do seu dia a dia você age no automático, sem de fato racionalizar sobre esses pensamentos automáticos.
Vamos supor que seu chefe manda uma mensagem dizendo: “gostaria de conversar com você amanhã”, qual a primeira coisa que a pela sua cabeça? Algumas hipóteses: “Vou ser demitida” ou “Ele não está gostando do meu trabalho”, logo sua emoção pode ser de ansiedade e você acaba não dormindo à noite.
No dia seguinte você vai trabalhar e ele fala que gostaria de conversar sobre uma outra funcionária do seu setor. Percebe como um “simples” pensamento, uma interpretação de uma situação causa uma emoção e consequentemente um comportamento?
Esse foi apenas um exemplo isolado, mas isso acontece a todo momento no nosso dia a dia. Nós interpretamos os eventos sem muitas vezes refletir se de fato essa ideia é real, se é totalmente verdadeira, se tenho certeza mesmo disso e daí surgem as emoções e os comportamentos.
Reestruturação de pensamento
Quando a interpretação dos eventos é equivocada ocorre um fenômeno chamado distorção cognitiva (erro de pensamento). Existem diversos tipos de distorções de pensamentos, um padrão muito comum e prejudicial é o dicotômico do “tudo ou nada”, preto no branco, polarizado, em que os indivíduos tem dificuldades de considerar outras possibilidades.
Por isso reestruturar o pensamento é tão importante. Para isso é preciso fazer a metacognição que é identificar o que está pensando e depois refletir sobre o próprio pensamento, racionalizando se é uma ideia que condiz com a realidade ou é distorcida de alguma forma, se é totalmente verdadeira ou não.
Pois isso acreditar fielmente no que se pensa pode ser tão prejudicial, uma vez que pensamentos muitas vezes não são fatos e nem certezas, apenas ideias ou suposições!