Por Alexandra Cavaler
A Páscoa é uma importante data do cristianismo, que celebra a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, ocorrendo durante a Semana Santa, que começa no Domingo de Ramos e termina no domingo de Páscoa. Entre as tradições deste período está a abstinência de carne na Sexta-Feira Santa, um dia dedicado ao jejum, onde os fiéis substituem a carne vermelha e o frango pelo consumo de peixe. Essa prática tem origem na Idade Média e se tornou uma norma dentro da Igreja Católica. Embora a abstenção total tenha diminuído ao longo do tempo, ainda é uma forma de respeito pelo sacrifício de Cristo e uma maneira de se afastar do pecado.
Neste contexto a reportagem conversou com Wagner Ortolan, empreendedor do ramo de pescados. Ele deu dicas especiais sobre o que se deve perceber na hora de escolher o pescado para a sexta-feira da Paixão. “O peixe fresco, por exemplo, tem que olhar se as escamas estão intactas, os olhos brilhantes, a coloração dele bem viva, as guelras avermelhadas. Apertar o peixe também é uma opção, pois se ele ficar amassado e não voltar ao normal é porque já é um peixinho mais velho. Se o pescado estiver congelado é preciso observar a questão de gelo ou a quantidade de água no produto, pois as pessoas compram, por exemplo, um quilo de camarão ou peixe, mas ao descongelar o produto pesa 700g, ou seja, o cliente acaba sendo lesado. Além disso, o descongelamento também faz com que o sabor seja alterado”, explicou.
Ortolan alerta que o produto, quando embalado a vácuo não perde suas características naturais. “Embalar desta forma mantém a qualidade do produto e não faz adição de água; mantém as características, as propriedades e o frescor do pescado. E o congelamento rápido é muito importante. Se você botar ele para congelar, fazer um congelamento rápido. Isso também mantém as características do pescado. Então, o pescado congelado é realmente buscar uma marca que você já conhece”.
Os mais consumidos
Questionado sobre quais as espécies são mais consumidas nesta época do ano, Ortolan, diz que isso varia de região para região. “Isso varia muito de acordo com cada região. Nós, como estamos em uma peixaria bem aqui no centro de Criciúma, temos um público um pouco diferente. Mas os mais procurados, sempre, são tainha, filezinhos de tilápia, salmão, cação e bacalhau”, revelou, acrescentado que a tilápia é um peixe de água doce que caiu no gosto popular. “Principalmente para quem mora em apartamento porque ele não tem um cheiro muito forte. Mas eu prefiro os de água salgada: robalo, linguado, papa-terra, enfim, os peixes brancos os quais tem o sabor mais acentuado, como a tainha”.
Harmonização e temperos
Além das dicas para a hora da escolha do pescado, Wagner também fala de acompanhamento e dos seus temperos preferidos para o preparo. “A questão da ceia de Páscoa varia muito de pessoa para pessoa, mas se tu vai fazer um peixe, arroz risoto, junto de salada verde, bem colorida e um pirão, são boas opções. Quanto ao preparo (assado, grelhado, ensopado) o mais versátil é o cação. Já sobre os temperos eu, particularmente, gosto do açafrão para fazer uma boa paella; pimentinha, pimentões coloridos, entre outros”.
Aumento do consumo leva à intensa fiscalização
Às vésperas da Sexta-Feira Santa, data em que tradicionalmente aumenta o consumo de peixes e frutos do mar, os municípios da Região Carbonífera intensificaram as ações de fiscalização sanitária. Nesta quarta-feira, após ar por Treviso e Nova Veneza, foi a vez de Siderópolis receber as equipes de inspeção de uma equipe multidisciplinar formada por representantes do Comitê de Inspeção do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (CIM-Amrec), Vigilância Sanitária local e Serviço de Inspeção Municipal (SIM). As cidades fiscalizadas são definidas por sorteio.
De acordo com a médica veterinária Bruna Viel, representante do Comitê CIM-Amrec, a iniciativa faz parte dos esforços permanentes da Associação dos Municípios da Região Carbonífera, por meio do consórcio, para qualificar os serviços públicos, intensificar a vigilância sanitária e promover o desenvolvimento sustentável dos municípios. “A fiscalização colaborativa é uma das frentes de trabalho previstas no consórcio, que busca otimizar recursos, padronizar procedimentos e fortalecer a gestão pública municipal”, explicou Bruna.
Durante as visitas técnicas, os profissionais orientaram os responsáveis pelos estabelecimentos quanto às boas práticas sanitárias, com ênfase no controle adequado de temperatura e no armazenamento correto dos produtos. O objetivo é garantir que os pescados estejam em conformidade com as normas de saúde pública, promovendo a segurança alimentar e protegendo a saúde dos consumidores.